O seguinte texto é de autoria do Roberto Galvão e está aqui publicado na integra com sua autorização para fins de orientar o debate a ser realizado dia 25 de Março de 2020 online com o GEMAP às 16:30 horário de Brasília.
DECOLONIZAÇÃO
NAS ARTES
Roberto
Galvão
É preciso perceber o processo atual da
colonização que nos impõem os centros de poder cultural como uma
ocupação ideológica, que se dá através da educação e não da
ocupação territorial.
Vivemos hoje um processo que se utiliza da
desterritorialização dos Estados, onde os Estados são maiores ou
menores que seus territórios. Um exemplo prático do que estou
falando é o Estado de Israel. Ele é bem maior que o seu pequeno
território, Israel é um estado desterritorializado que está em
muitas partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos e na
Europa. O Brasil seria um exemplo às avessas. Somos bem menores que
o nosso imenso território.
POR UMA OPÇÃO NOS FAZERES DAS ARTES E
NA HISTÓRIA DAS ARTES
Apenas com um pouco de observação e
sensibilidade, ao se deitar os olhos sobre as nossas produções
artísticas mais incensadas e para o que nos é contado em nossa
história das artes, logo se percebe a existência de uma ideologia
cruel que controla o pensamento dos nossos historiadores, artistas,
dos seus familiares e dos seus pais e amigos e até dos jovens
estudantes de arte.
Imagina-se o artista, em senso comum, como
um produtor de bens estéticos, sofisticados, de consumo de luxo. E
pior, vivendo numa sociedade pobre, para não dizer miserável e
inculta. E se o artista não obtém ou não consegue atingir o nível
de mercado esperado, forma-se um clima de fracasso, de insatisfação
para o artista, para os amigos e familiares.
Nisso, nessa postura, pode-se perceber,
existe um grande equívoco. A razão de ser do artista não é
produzir para o mercado, para alcançar sucesso ou obter ganho
monetário. Se ele for atingido pelo sucesso, tocado pela riqueza -
ótimo. Mas esse não é objetivo primeiro de quem se propõe a fazer
arte e ser artista. É desvelar o mundo, comunicar as suas
observações e visões, expressar-se.
É como se o objetivo de um médico fosse
realizar muitos atendimentos diários em seu consultório ou realizar
um grande número de cirurgias semanais e não – conseguir
restituir a saúde de seus clientes.
Imagine um sacerdote se notabilizar
positivamente pela quantidade de missas realizadas ao dia ou
casamentos em igrejas dos bairros ricos de sua paróquia. Imagine um
padre sentindo-se fracassado porque não conseguiu encomendar 30
corpos no mês.
Na verdade, a função dos artistas é
formativa. É produzir arte, entre outras coisas, para desenvolver a
cultura, ampliar a sensibilidade dos seus observadores, mostrar novas
visões do mundo, promover novos modos de entender as coisas, mostrar
novos olhares, possibilitar novas leituras, desafiar os padrões
estabelecidos possibilitando novas consciências, novos pensamentos
criativos.
Com esses objetivos, devemos fazer a opção
por aderir as práticas que foram inviabilizadas, reprimidas,
proibidas sob comando de uma ordem acadêmica colonialista e de um
modernismo internacionalista castrador dos conhecimentos e das
culturas ditas locais, talvez até mais universais que algumas
europeias.
Estamos vivendo um
impasse: ou aceitamos ser ideologicamente dominados ou partimos para
uma ruptura radical e fazemos uma opção crítica, antropofágica,
devorando o que é bom para a nossa cultura, para as nossas artes,
atendendo nossas necessidades e desejos livres de interesses
alienados e alienantes. De qualquer maneira temos que nos
reposicionar e reorientarmos nossos caminhos. Primeiro precisamos
saber quais são realmente os nossos desejos. Temos que escolher o
que desejamos. Existem coisas nesse processo de aculturação ou
mundialização eurocêntrica que pode nos ser útil? É claro que
existem. Mas, a decisão deve ser nossa sobre o que devemos beber e
sobre onde devemos alimentar os nossos espíritos e mentes. Não
devemos aceitar nada que nos seja imposto, principalmente artistas e
historiadores não devem e não podem aceitar prescrições.
Que tal pensarmos
criticamente sobre o eurocentrismo cultural que nos domina; sobre a
visão excessivamente capitalista que se imbrica com os fazeres
artísticos; e sobre a degradação ambiental, o neoliberalismo, o
colonialismo, o racismo, e o machismo. Na verdade, os artistas
deveriam trabalhar para defender os valores éticos; a justiça
social, com uma melhor distribuição de renda, com salários mais
justos; a liberdade de pensamento e expressão; e o acesso integral
ao ensino de qualidade, ao esporte, a cultura e ao lazer.
É preciso fazer
perceber de modo claro que depois de séculos de colonialismo, embora
a ocupação física tenha sido extinta, as posturas colonialistas
continuam vivas. Estamos em um colonialismo agora mais sofisticado,
talvez até mais penetrante. Ainda vivemos maneiras de conhecer
controlados: o lazer é controlado, o modo de vestir é induzido, o
modo de pensar é formatado, a comunicação é controlada.
É preciso resistir
contra o controle colonialista, contrapor as suas estratégias. É
preciso decolonizar as técnicas, o ensino, as leituras, a estética,
a arte e a história das artes. É preciso tirar das sombras algumas
manifestações culturais que foram eclipsadas ou reprimidas. É
preciso decolonizar os modos de criação, de se fazer pesquisa e de
pensar, inclusive. É preciso
decolonizar o modo de redefinir o que é e o que não é arte. É
preciso questionar os modos de se estabelecer hierarquias no campo
estético.
Por que a pintura é arte e o bordado é
artesanato? Por que o que denominamos arte é superior ao que
denominamos artesanato? Por que expor em Paris é melhor que em
Sobral? Como cantar no Olímpia é mais significativo que cantar no
São João? Por que o erudito é superior ao popular? Por que o novo
em Nova Iorque é novo, e o que é verdadeiramente novo no Alto do
Cristo não é percebido e reconhecido?
Por isso é preciso
ser, ter e assumir um olhar crítico. É preciso perceber a
existência de outras histórias das artes, além da europeia. Existe
muita coisa que foi apagada, esquecida, lançada na escuridão.
É preciso, talvez,
pensar e tentar reescrever a história das artes, da cultura
ocidental, mundial. É preciso talvez refazer ou mudar o cenário
dessa cena teatral em que se transformou a História das artes. É
preciso repensar a arte universal. Por que a arte universal é a arte
Ocidental? A China, o Peru e o Senegal não existem? Por que não se
valoriza as artes não europeias?
Por que não pensar
na existência de múltiplas temporalidades? Parece que o tempo que
vale é o tempo eurocêntrico. Na verdade, existem visões de mundo
distintas. O certo é que precisamos decolonizar o espaço, o tempo,
a história, a geografia, os saberes, os fazeres e a estética.
A
decolonização das artes, da história das artes, da geografia das
artes é uma posição política que deve ser observada. É preciso
decolonizar o discurso moderno, branco, racista, ilustrado,
patriarcal, capitalista. É preciso ser crítico e pensar até onde
esses valores têm algo de verdade ou é estratégia de dominação.
A OPÇÃO DECOLONIAL NAS ARTES
Como já foi dito, embora o sistema
colonial dominante das regiões centrais sobre as periféricas não
empregue mais o controle direto e a possessão territorial das
regiões subalternas, o colonialismo hoje continua vivo e se
constitui numa ampla gramática social que atravessa a sociabilidade,
os espaços públicos e privados, a cultura, as mentalidades e as
subjetividades dos povos habitantes dos países periféricos.
Para fazer frente a essa situação,
segundo Mignolo (2007), torna-se necessário a realização de um
processo de descolonização epistêmico, ontológico e prático.
Ele nos propõe que nesse processo
devemos pensar e procurar encontrar alternativas econômicas novas;
outras teorias e ordenações políticas que melhor se adequem às
nossas aspirações de justiça social e, sobretudo, novas formas de
enfrentar a vida e viver.
Também nos propõe que temos que abrir mão
e retirar de nossas mentes as formas de saber e resoluções de
problemas que não são nossas e nos foram repassadas de modo
impositivo nos processos educativos colonialistas e da ilusória
retórica da necessidade de ser modernos e da própria modernidade
que, na verdade, nos escraviza ideologicamente.
Então, é preciso descolonizar os nossos
saberes e os nossos modos de ser para abandonarmos valores que nos
aprisionam, como o utópico desejo de modernidade cujas
características primeiras são o consumo, a violência e a
destruição, deixando de lado as estruturas sociais de origem
patriarcal, a hegemonia capitalista.
Precisamos buscar novas subjetividades,
outros modos de ser, de interagir com o que se nos apresenta como
realidade, e melhor conhecer e nos apropriarmos do mundo em que
vivemos.
Assim pensando, surgem algumas questões
para os artistas:
Na prática, como podemos desenvolver essas
propostas no campo das artes? Seria possível um modo de se fazer
arte ou expressarmos esteticamente as nossas percepções de mundo
diferente do que modo nos foi ensinado. Podemos resgatar o que nos
foi sonegado, eclipsado lançado no esquecimento nos campos de nossas
subjetividades e fantasias estéticas?
E, no caminhar vão surgindo novas
questões:
Seria possível olhar novamente a nossa
história das artes, e perceber que muitas vezes elas mentem e, modo
crítico, abdicar de alguns valores e opções estéticas que na
verdade não são nossos e, pior, são alienantes?
Será que temos condições reais de
aceitar como corretos e verdadeiros alguns modos de fazer e de
produzir que são enraizadamente coletivos, genuinamente nossos,
interculturais e desafiam a lógica interna do capitalismo?
Será que é impossível perceber que, na
verdade, pelo menos nas artes, não somos periferia? Que, de fato, no
nosso campo, não existe centro, nem periferia? Que a produção
estética é mundial, no sentido de plural, intercultural e
temporalmente não linear, no sentido de não tem origem
hierarquizada e de não poder ser enquadra em cronologias
unidimensionais?
E logo virá uma dúvida fundamental:
Será que jamais perceberemos que as
linguagens artísticas não são universais, como se afirma em senso
comum, e que, pelo contrário, na verdade as culturas são
condicionadas, por suas circunstâncias geopolíticas e
etnocêntricas, constituindo-se a propalada universalidade da arte em
mais uma mentira eurocêntrica?
CAMINHOS DESAFIADORES
Quais os caminhos que devemos trilhar para
encontrar respostas admissíveis para esses desafios que nos são
apresentados?
Acredito que a primeira trilha por seguir
encontramos nas propostas pedagógicas de Paulo Feire. Devemos buscar
ser sujeitos e construtores de uma visualidade apoiada em nossa
realidade física e cultural.
Devemos deitar
os nossos olhares de modo crítico nas tradições artísticas que o
nosso povo foi capaz de apresentar fora dos padrões colonizados.
Observando essas produções despidos de preconceitos logo
perceberemos que encontraremos nesses produtos soluções estéticas
para um devir artístico mais em sintonia com o nosso modo de ser.
Acreditamos que essa atitude muito ajudaria em deixarmos, pelo um
pouco, do que fazem os nossos produtores culturais na buscar de
inspirações nas produções europeias ou diretamente subsidiária
da cultura europeia, como a arte americana.
Um outro caminho seria repensar os
processos discursivos de nossa crítica artística, ainda
sistematicamente dependente e arraigada a valores e propostas
colonizadas, onde parece que o objetivo fundante dos nossos fazeres
artísticos seria/é alcançar as propostas apresentadas nos centros
culturais dominantes. Eles, os centros culturais dominantes: Paris,
Londres, Nova Iorque, Veneza, seriam os geradores de tendências e, a
nós periféricos, caberia apenas o papel de adequarmos nossas
propostas ou seguir seus percursos. E o que aqui fosse/é gerado de
diferente dos centros culturais, mesmo carregados de força e
novidade estética, não existiria.
Outra trilha necessária de percorrer é
reescrever a nossa história das artes sob novos olhares mais
críticos: a importância da produção do artista sobralense
Raimundo Cela não está em se assemelhar a Joaquim Sorolla ou Frank
Brangwyn. Está na incorporação da luminosidade do Ceará em suas
cores e na apropriação da temática do trabalhador cearense como
elemento central de suas pinturas.
A qualidade da obra de Antônio Bandeira
não está na sua sintonia com a produção de Wols e Brien e sim na
captação das luzes das cidades vistas de longe e na abstração da
explosão de fagulhas que percebeu nos trabalhos da fundição de seu
pai.
A importância das pinturas de Chico da
Silva não advém de sua premiação em Veneza e sim na assunção
das maneiras de aplicar cor que ele aprendeu em nossas artes
populares e mais adiante na incorporação no modo de produção
artesanal talvez colhido entre as bordadeiras e labirinteiras das
praias cearenses.
A história da arte brasileira está e
estará profundamente comprometida se aceitarmos, de modo não
crítico, a sua subalternização diante da história da arte
europeia. O correto seria/é incluir e aceitar como legítimas e
verdadeiras as artes sem influências colonialistas. Se soubermos
incorporar as tradições estéticas locais em nossa história, só
assim poderemos construir um território de arte com pensamento
próprio, autêntico, com possibilidade de produzir identidade e de
questionar valores que, em estando aqui, impostos ou não, estão
fora de lugar, não são verdadeiramente nossos.
Ressalte-se que o que propomos não é
negar os valores europeus que nos são transmitidos como globais ou
apenas uma questão de inverter polos. É uma postura de inclusão de
nossos valores, colocando-os em cena. É um processo de retirar da
escuridão muita coisa que foi lançada na sombra e de dirigir os
refletores para essa produção esquecida. Mostrar que existe arte
fora da Europa que ela possui qualidade independentes do cânon que
foi instituído pelos colonizadores.
Questionamos, também, essa aparente
obrigatoriedade de os artistas serem contemporâneos. Não devemos
aceitar essa imposição que nos empurra para todos sermos
“internacionais” (perceba-se que o internacional geralmente é o
europeu), seguindo pendores que não são nossos e de sempre estarmos
atualizados com as novas tendências das artes europeias. Isso é
coisa de oportunistas e não de artistas. Acredito que o artista tem
que fazer o que lhe vem na telha, o que o seu coração pedir, e o
resto que se dane. Artistas têm que fazer apenas que a sua obra seja
verdadeira, nada mais.
Também devemos questionar essa dependência
que surgiu nos últimos tempos de obtenção de reconhecimento
somente através da aceitação de nossas artes através do aval dos
curadores. Exerço muitas vezes o papel de curador de exposições,
mas estar nessa posição não me confere a capacidade de atribuir ou
(indiscutivelmente) reconhecer as qualidades de um trabalho
artístico. O curador pode analisar a competência técnica da
realização, da inserção da obra num determinado contexto, da sua
originalidade, da adequação dos materiais empregados, etc. Mas,
quem tem capacidade de dizer é ou não é; se é bom ou não é o
tempo. O artista propõe obras, o tempo reconhece como válidas ou
não. Todo o resto é invenção de quem trabalha para ou pretende
controlar o mercado.
-
(Roberto Galvão é artista plástico, historiador e arte educador.
Procurem
ver na internet algo sobre:
-
ANIBAL QUIJANO
- CATHERINE WALSH
- RODRIGO
CASTRO ORELLANA
- PAULO FREIRE
- WALTER MIGNOLO
Bibliografía
de textos que, diretamente ou indiretamente, abordam questões sobre
Decolonialidade colhida em fontes varias:
Blanco, J. (2009).
Cartografía Del
Pensamiento Latinoamericano Contemporáneo. Una introducción.
Universidad Rafael Landívar.
Guatemala
Cairo
Carou, H. (2009). La
colonialidad y la imperialidad en el sistema-mundo. Viento
sur: Por una izquierda alternativa, 100,
65-74.
Cardoso, F. H. y Faletto, E. (2011).
Dependencia y desarrollo en América Latina. Siglo
XXI. Argentina
Castro Gomez, S. (2005).
La
poscolonialidad explicada a los niños. Universidad
de Cauca, Colombia.
Castro-Gómez, S.
& Grosfoguel, R. (2007). El
giro decolonia:l Reflexiones
para una diversidad epistémica
más allá del capitalismo
global. Siglo del Hombre.
Colombia.
Castro-Gómez, S. & Mendieta, E.
(1998). Teorías sin disciplina
(latinoamericanismo, poscolonialidad y globalización en
debate).México
Castro-Gómez, S.
(1999). La
reestructuración de las Ciencias Sociales en América Latina.
Colección
Pensar. Argentina
Castro-Gómez, S. (2005). La
hybris del punto cero.
Editorial Pontificia
Universidad Javeriana. Colombia
Comaroff, J &
Comaroff, J. (2007). Teorías
desde el sur: o como los países centrales evolucionan hacia África.
Siglo XXI. Buenos Aires.
Dussel, E. (1994). El
encubrimiento del otro: hacia el origen del mito de la modernidad.
Cambio XXI-Colegio Nacional de Ciencias Políticas y Administración
Pública. México
Dussel, E. (2005).
Transmodernidad
e interculturalidad: Interpretación desde la Filosofía de la
Liberación.
UAM.
Mexico
El control de los cuerpos y los saberes.
(2014,7 de Julio). Página 12
web.
Escobar, A. (2003).
“Mundos y conocimientos de otro modo” El programa de
investigación de modernidad/colonialidad latinoamericano.
Tabula Rasa 1,
51-86.
Fanon, F. (1961). Los
condenados de la tierra.
Fondo de cultura Economico. Buenos Aires.
Freire, P. (2005).
Pedagogía
del oprimido. Siglo
XXI. Buenos Aires.
García Linera, A.
(2003).Movimientos
sociales y democratización política”.
Comision Estatal para el Acceso a la información Pública del Estado
de Sinaloa e insumisos Latinoamericanos. México.
García Linera, A.
(2011). Las
Tensiones Creativas de la Revolución. Vicepresidencia
del Estado, La Paz. Bolivia
Lagrave, F. (2013). Capitalismo
en el Nuevo siglo: El actual desorden mundial. En
Granato, F. (Ed.), II
Jornadas de Pensamiento Crítico Latinoamericano. UniRio Editora. Río
Cuarto, Córdoba, Argentina
Lander,
E. (2000). ¿Conocimiento
para qué? ¿Conocimiento para quién? Reflexiones sobre la
universidad y la geopolítica de los saberes hegemónicos.
Editorial Venezolana de Economía y Ciencias Sociales. Venezuela.
Lander, E. (2000). La
colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales.
Perspectivas latinoamericanas.
CLACSO.
Latour, B. (2007). Nunca
fuimos modernos. Siglo
XXI. Argentina
Lyotard, J. F. (1987). La
condición pos-moderna: informe sobre el saber. Red
Editorial Iberoamericana. Argentina.
Madoery, O. (2012). El
desarrollo como categoría política. Revista
Crítica y Emancipación,
7, 59-83.
Melody, F. & Ari J. (2012).Pensamiento
decolonial: ¿una “nueva” apuesta en las Relaciones
internacionales?. Relaciones
Internacionales, GERI – UAM.
19, 103-121.
Mezzadra, S. (2008). “Introducción”,
en Estudios postcoloniales. Ensayos
fundamentales. Traficantes de
Sueños. España.
Michel Foucault: una nueva imaginación
política. (2014, 25 de Junio). Diario.es
Mignolo, W. (2003).
Historias
locales, diseños globales. Colonialidad, conocimiento subalternos y
pensamiento fronterizo.
Akal, España.
Mignolo, W. (2009). La
idea de América Latina, la derecha, la izquierda y la opción
decolonial. Revista
Critica y emancipación, 2,
251-
257
Mignolo, W. (2010). Desobediencia
epistémica.
Ediciones del Signo. Argentina.
Miguelez, M. M. (2011). Paradigmas
emergentes y ciencia de la complejidad.Universidad
Simon Bolivar. Venezuela
Panchón Soto, D.
(2007). Modernidad,
Eurocentrismo y Colonialidad del saber. Planeta
Sur.Planeta Sur.Colombia.
Pizarro, P. & R Cabaluz, J.F. (2010).
Colonialidad del
poder y geopolítica del conocimiento. Reflexiones para re-pensar las
pedagogías críticas. Revista
Electrónica Diarios Educativos,
19, 10, 149-162.
Quijano, A. (1998).
Modernidad,
identidad y utopía en América Latina. Sociedad
y Política. Peru.
Quijano, A. (2007).
Decolonialidad del
poder: el horizonte alternativo. Observatorio
Latinoamericano de Geopolítica.
Quijano, A. (2014). Cuestiones
y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la
colonialidad decolonialidad del poder. CLACSO.
Argentina.
Richard, N. (1997).
Intersectado
Latinoamérica con el latinoamericanismo.
Santiago-Chile
[s.n].
Santamaría, E. M. (2003). Historias
lo cales/diseños globales. Colonialidad, conocimientos subalternos y
pensamiento fronterizo. Red
de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y
Portugal Sistema de Información Científica, 10,
33, 299-314.
Sautu, Ruth. (2005). Todo
es teoría. Lumiere. Argentina.
Silva Echeto, V. M. (2003). Historias
locales, diseños globales. Colonialidad, conocimientos subalternos y
pensamiento fronterizo. Princenton
University Press. Akal.
Madrid.
Solano, J. (2012).
Colonialidad-Decolonialidad
del Poder Saber Miradas desde el Sur. Universidad
de Valdivia, Chile.
Sousa Santos, B & Rodriguez, C. (2007).
Para ampliar el canon de la producción. Otra
Economía, 1, 8-13.
Sousa Santos, B. (2010). Descolonizar
el saber, reinventar el poder.
Uruguay, (Trilce).
Sousa Santos, B. (2009).Una
epistemología desde el sur, la reinvención del conocimiento y la
emancipación social.Siglo XXI.
Buenos Aires.
Vargas Soler, J. C.
(2009). La perspectiva decolonial y sus posibles contribuciones a la
construcción de Otra economía. Otra
Economía,
4, 46-65
Velázquez Castro, M. (2008).
Las promesas del proyecto
decolonial o las cadenas de la esperanza.
Crítica y
emancipación: Revista latinoamericana de Ciencias Sociales.
1, 253-263
Vivimos paralelos
diferentes online-offline. (2014, 6 de Julio).
Clarín
Walsh, C. &
Castro-Gómez. (2003). Indisciplinar
las ciencias sociales. Geopolíticas del conocimiento y colonialidad
del poder. Perspectivas desde lo Andino. Polis,
Revista de la Universidad Bolivariana de Chile,
1, 2-27
Sobre o Autor - Professor Roberto Galvão
Texto extraído da aprestação da Exposição Mato Branco na UVA
No cenário das artes no Brasil, este artista que logo no início de sua carreira levou a arte Cearense para os Salões da Bienal de São Paulo tão cedo quanto 1975, oportunizou a formação contínua de arte educadores, a formação de jovens artistas, a promoção da cultura e do reconhecimento do artesanato Cearense. Enquanto curador trouxe importantes exposições nacionais e internacionais, nos oferecendo a oportunidade de ver e sentir de perto o que não se imaginava vir às “Terras do Sol”.
A pessoa de aparência pacífica guarda uma alma irrequieta e diligente, Roberto Galvão é um dos primeiros Historiadores do Ceará a pesquisar a arte, os artistas e o artesanato. A carreira de artista alia-se a de autor tendo já publicado mais de 30 livros sobre além de dezenas de artigos e textos, inclusive para fins didáticos, usados em programas de formação contínua de professores de arte e para guias e mediadores para o património.
Artista plástico, nascido em Fortaleza, domina grande parte das técnicas e materiais de seu ofício. Exímio desenhista, com um senso de observação privilegiado, o pintor explora as subtilezas da cor com a mesma facilidade que o gravador prepara suas matrizes e eleva a xilogravura ao reconhecimento que tem hoje : ARTE.
Receber a obra deste artista que tem ao longo destes últimos 20 anos contribuído de forma tão generosa e objetiva para a formação de públicos e artistas de Sobral e da região é para a Universidade Estadual Vale do Acaraú um prazer e uma honra.
R. Raick
Sobral, Outubro de 2019.