Organizador: Casa do Capitão Mor
Mediador: Professor Doutor F. Denis Melo
Intervenientes: Arquiteto Antenor Coelho MS (MDJ)
Prof. Doutora M.Somália Sales Viana (LABPALEO/UVA/MDJ)
Prof. Regina Raick MS (UVA)
Sobral, Casa de Cultura, 15 de Maio de 2017
Reflexões e apontamentos sobre o tema da 15ª semana dos Museus : Dizer o indizível
Dizer o indizível
Paradoxal! Como se pode dizer o que não se pode dizer?
O que poderá ser apresentado que não teria outra forma?
Há algo como verdade ou elemento que não possa ser questionável?
A questão do indizível poderá ser a do conceitual ou imaterial … poderemos musealizar sentimentos (?); como se transformou em objeto a língua, a fala e a oralidade (o caso do paradigmático do Museu da Língua Portuguesa).
As propostas museológicas de viés teórico seja a Sociomuseologia ou a Ecomuseologia, partem do dialogo muitas vezes conflitante de vontades das comunidades (as populações envolventes), as administrações de unidades museológicas e o objetivo/surgimento da unidade museológica.
A pretensão de uma ação “politicamente correta” pode nos induzir ao “erro” da ação oposta – reificar o outro – no entanto o que se quer é criar discursos plurais por vezes até discordantes mas dialógicos
O museu é um instrumento de representação social e em grande medida um espaço de luta pela hegemonia enquanto um elemento simbólico de poder.
Essa na verdade é uma posição comoda uma vez que nós que a proferimos nos vemos como minorias ou não representados... o que não compreendemos é que ao construir esse discurso somos de fato os produtores e reprodutores dessas circunstâncias.
Os discursos museológicos são na verdade fruto de escolhas de disposições mentais de seus doadores, pesquisadores e colaboradores de todas as ordens e esferas e em grande medida representam não o que a comunidade deseja mas o que é possível dentro dos grupos e suas forças fazer representar.
Estes são alguns tópicos de reflexão que desejei compartilhar.
Obrigada,
Regina Raick
Curso de História
Universidade Estadual Vale do Acaraú