Entre o Olhar a fotografia e a arte
In
all things, moral and intellectual, we should act on the belief that
we really possess only what we have conquered
ourselves
that we are made perfect by natural habits, but slaves by social
conventions; and that until we have become
accustomed
to beauty we are not capable of truth and goodness, for by beauty we
mean the principle of harmony which
is
the given order of the physical universe, to which we conform and
live, or which we reject and die (Read, 1944,
p.
25).
Em
todas as coisas
seja
da moral ou da intelectualidade
devemos
agir
como
se na verdade só possuíssemos
o que
realmente temos conquistado por nós mesmos,
por
aquilo que tornamos perfeito pelo habito
mas
escravos pelas convenções sociais ...
até
que tenhamos nos tornado habituadas à beleza
não
somos capazes de professar a verdade ou a bondade,
por
beleza infiro na harmonia que ordena o universo físico
perante
o qual nos conformamos e vivemos
ou
rejeitamos e perecemos.
(H.Read,
1944)
Em
um tempo em que
tudo parece se transformar em incógnitas tendemos a buscar certezas
mas essas se perdem frente a dureza da realidade ou no abraçar de
sonhos vãos.
Utopias
, pequenas e grandes ilhas, ilusões ou miragens que nos fortalecem
com esperança, assim é a juventude, assim é termos um propósito
ulterior.
Ao
tentarmos apreender o mundo queremos apresentar tudo, queremos ser
capazes de ultrapassar barreiras, fronteiras entre o conhecido e o
por conhecer, quem tem esse propósito se verá sempre frente ao
enorme desafio que é romper as convenções e de certa forma provar
como Colombo ou Einstein que o mundo se forja de mais do que o
aparente. Na linguagem científica, clamo para que se entenda que é
preciso romper paradigmas e construir e dar saltos epistemológicos
reais para se poder criar… não ter medo, ser perseverante,
desafiar princípios estabelecidos.
Herbert
Read ao longo de sua trajetória sempre clamou pela importância da
arte, para ele a essência reside no encontro, reconhecimento e
produção da linguagem visual, na libertação dos cânones, na
vivência criativa.
Qual
o grande dilema que decorre dessa postura?
Ao
quebrarmos com o estabelecido forçosamente abdicamos de rotinas e
com elas rejeitamos o status quo… a sociedade até então
existente, programada, deixa de o ser, e as expectativas são ilusões
porque tudo terá que
ser construido, redimensionado.
A
arte avança com a liberdade e arrasta as ciências … se olharem
para os avanços extraordinários no âmbito da tecnologia virão que
estes apenas atenderam a demandas criadas pelos desafios que a arte
impõe; exemplos disso são a resistência de materiais para
ultrapassar grandes vão arquitetônicos, a necessidade de gravar os
sons, criar ilusões ópticas … A comunicação e os processos e
linguagens usados pela hoje ciência da comunicação nos revela o
quanto o mundo e as culturas têm transformado.
Das
primeiras pixações encontradas na Grécia e Roma, à catequese na
forma de desenhos em quadrinhos, do século VIII, (os mais antigos
conhecidos), a qualquer forma de linguagem frequente na
contemporaneidade, percebemos que na interação entre a imagem e a
palavra o receptor é induzido a um campo de significados que está
posto pelo criador dessa associação possível.
Onde
queremos chegar?
A
imagem é sempre fruto de uma escolha que interage em um processo que
relaciona a intimidade de quem olha e vê com
a daquele que olha, recorta, compõem e apresenta… estamos sempre
construindo e reconstruindo realidades formando o calidoscópio do
mundo que é infinitamente maior e mais complexo do que aquilo que
definimos como realidade nos apresenta.
O
olho + um meio + um desejo/objetivo = uma interpretação
Um
fotografo + uma máquina + um objeto a ser retratado = uma história
Quando
o retratar é documento? Quando ele se transforma em arte?
Pessoalmente
eu perguntaria quanto tempo és capaz de lembrar? Retomar na retina
de tua memória a imagem, ela ilustrou ou significou?
Hoje
estamos aqui para apresentar possibilidades e funções…
estabelecer paralelos, na verdade somar e não dividir.
Qual
o papel da ilustração, será de apenas reafirmar? Acredito que não,
uma imagem tem mais do que semântica, a
boa imagem traz com ele sentimentos, emoções, compartilha uma
atmosfera… nem todos compreendem isso, mesmo em um mundo de
imagens, visual, como vivemos a maioria é meio que analfabeto
visual, só lê o que está na cara, gritante… penetrar as
sutilezas da informação visual requer que se pare mais que 10
segundos frente a imagem, é preciso pelo menos 20 a 30 segundos …
parece pouco mas não é.
Hoje
a grande maioria das pessoas acreditam que em 5 segundos terão
visto, passar os olhos não é ver, o olhar passa e reconhece… o
enquadramento gera interpretação… pense no manuseio que fazem dos
seus celulares, como usam a máquina fotográfica, o coleção de
imagens, retirando os selfys, representa e informa o que sobre o seu
mundo? Podemos interpretar as relações que estabeleces através das
tuas imagens ou da coleção que reténs?
Instagram,
Pintrest…
A
antropologia visual e o fotojornalismo podem ser interpretados como
faces de uma mesma moeda….