terça-feira, 14 de setembro de 2010

Regressos

A vida nos reserva surpresas nem sempre agradáveis mas sempre surpresas devido ao inusitado ou ao inesperado. Regressar a Sobral nos primeiros dias de Setembro é uma dessas ocasiões.

O que aprendi?
Não se deve confiar na boa vontade e na integridade de todos, no mundo da competição há sempre quem esteja pronto para gerar polémicas e prejuízos aos outros mesmo que não venham a se beneficiar directamente com isso. O nome que se dá a esse fenómeno é inveja, olho gordo, pura maldade mesmo.

Mas o que se aprende? De cada desafio retira-se uma lição e mais raramente quando nos fazem/tentam nos fazer mal o que se deve fazer é enfrentar com espírito leve e buscar opções, alternativas, soluções. O resultado para mim tem sido sempre dar um passo adiante com a certeza de que a resposta virá do meu próprio esforço, mesmo quando me sinto derrotada como agora sei que o melhor para mim ainda virá.

Assim retornei a Sobral triste por não ter realizado os objectivos de minha viagem, feliz por rever ex-alunos; contente por ter conhecido melhor com quem trabalho mesmo que com isso tenha perdido muito; esperançosa em relação ao futuro e ao que ainda posso vir a fazer.

Esta 'postagem' está em rascunho a mais de uma semana, os meus sentimentos não mudaram, ao contrário percebo que afirmam-se meus sentimentos e infelizmente trabalharei para gerar uma distância cada vez maior baseada na coerência absoluta de princípios e acções, na ética mais rudimentar de procedimentos que já não são mais ideológicos mas regulamentares/regimentais.

Professores que marcaram a minha vida independente de cores e viêses políticos, me ensinaram uma lição em comum: o acto de ensinar é uma forma de vida, é ser e estar. Não é ganhar, cavar, obter... confundem essa noção com a de sacerdócio, será também mas não assim é na verdade o compromisso assumido por cada um de nós ao reger uma classe de buscarmos sempre construir o conhecimento, abrir caminhos para que outros o persigam para além de nós e apesar de nós... é realmente acreditar que através do conhecimento oferecido aos outros estaremos contribuindo para um mundo de algum modo mais consciente, íntegro do qual podemos nos sentir orgulhosos de pertencer ... Não me sinto assim neste momento apesar de meus esforços. A verdade no entanto é que continuarei a trabalhar para essa utopia como o fizeram cinco gerações antes de mim.

Enviei uma carta de 'indignação pessoal', nela afirmei que o doutorado que deveria defender estava irrevogavelmente comprometido tendo como consequência a sua não defesa, é irónico não acreditaram. Mais irónico é perceber que as pessoas não entendem quando alguém avisa, acham que é ameaça ou chantagem. Eu faço o que digo e assumo as consequências.

Em fim retomarei este Blog com outro espírito atendendo a outros interesses que não necessariamente da instituição a que pertenço.