quarta-feira, 10 de outubro de 2018

quarta-feira, 16 de maio de 2018

15ª Experiências Museológicas


Experiências Museológicas

Temos que começar sempre por agradecer! Qual o projeto ou proposta que caminha sem o auxílio de outras mãos além das nossas? Então eu começo agradecendo a fé que cada pessoa tem no seu próprio potencial, na coragem de vir a superar desafios, no aceitar tarefas e problemas e os resolverem. Tenho que agradecer aos alunos que têm passado pelas disciplinas de Museologia e com isso me ensinado muitas coisas, sido meus olhos em outros lugares, apresentado a força de sua criatividade .
Esta é a 15ª Edição das Experiências Museológicas que só deram um verdadeiro impulso com a ajuda do Professor Roberto Galvão quando acolheu o Atelier Livre junto a ECOA em 2011. Hoje estamos de regresso aos espaços da Universidade Estadual Vale do Acaraú, nós realizamos no ano passado uma mostra no Espaço Cultural Trajano de Medeiros, em seguida apresentamos os trabalhos no espaço do Memorial da Educação Superior de Sobral sempre com o apoio do IADE que nos auxiliou em elementos de logística importante para a realização efetiva das exposições.
Os trabalhos dependem de uma infra estrutura que tem vindo a ser garantida pelo trabalho técnico de uma equipe que veio se desenvolvendo ao longo dos anos e que hoje ganha asas e autonomia realizando seus próprios trabalhos: Tiago Marques que me secretariou durante algum tempo; Márcio Melo que durante muitos anos foi a quem recorri para resolver problemas técnicos e construir efetivamente soluções para ocupar e reordenar espaços de modo reversível; Francisco António  de Souza Castro (Pennen) que na sua versatilidade e principalmente criatividade vem contribuindo mais efetivamente neste último ano na montagem das mostras e por fim o Francisco Lucas de Sousa Lima que auxiliou nesta última curadoria. Por outro lado tenho dentre meus ex- alunos os monitores das disciplinas de Museologia e Educação Patrimonial que fazem uma importante interface entre eu - projetos - duvidas - e discentes... Cleane, Alan e Sávio que dividem seu tempo entre aulas, estágio e pesquisa realmente auxiliando na difícil tarefa da multiplicação da atenção para que cada versão das Experiências Museológicas seja "a melhor".
Como professora não posso me sentir mais orgulhosa e grata. Reconheço dificuldades de todas as ordens, desde o mais básico que é o fato de há 7 anos atrás os jovens da região norte do Estado do Ceará terem pouco ou quase nenhum acesso à museus e principalmente a reflexões de cunho museológico ou patrimonial, isso sei que mudou. Quando assumi as disciplinas que ministro, percebi que um aspecto importante para o melhor aproveitamento do que eu tinha para contribuir seria real e efetivamente trabalhar a prática assim buscamos dentro de nossa realidade estimular projetos onde se vislumbre a aplicação do conhecimento e se faça a prática do tripé da universidade: ensino (ações educativas), pesquisa (o processo de recolha e elaboração do conhecimento) e a extensão (divulgação científica através das exposições). O resultado está a vista onde a dignidade do trabalho de cada equipe se revela e onde os recursos são otimizados. É verdade que uma andorinha não faz verão e o incremento das ações desenvolvidas na gestão publica principalmente entre 2009 e 2016, no setor das artes e da cultura em muito contribuíram para se conseguir o que se tem conquistado. Equipamentos como a Pinacoteca e o MADI fazem toda a diferença na cidade, ações mesmo que pontuais de algumas instituições privadas também, hoje acredito que temos um panorama irreversível de movimentação de públicos que apenas engrandece a cidade sonhada por muitos e tantas vezes aclamada na fala do Professor Teodoro Soares: Sobral cidade Universitária, cidade Metrópole.
Nos agradecimento por onde comecei, eu deveria incluir comerciantes, lojistas, funcionários... principalmente alguns que sei que se vierem a ler este Blog saberão que estou agradecendo em especial a eles que atendem com respeito e carinho aos alunos e lhes dão a possibilidade de concretizar seus projetos. Algumas pessoas podem até reclamar que exijo delas mas não poderão dizer que as subestimo... então entre fotografias, fitas de silicone, fios de náilon, tecidos, plásticos etc a exposição acontece.
Esta é a semana dos Museus,  o tema deste ano é a interatividade, com youtubers, bloggers, twitters, facebook´s, QRcodes e toda a virtualidade que a tecnologia pode nos oferecer, as Experiências Museológicas  continua a trazer a possibilidade da experiência para que se possa compreender a importância do acesso ao objeto  e ao espaço museal  para que se possa viver e não supor.

sábado, 17 de março de 2018

Recuperando ideias







Os anos se passaram, na verdade 23 anos desde que escrevi o texto abaixo para os meus alunos da Escola Secundária de Pinhel... o tempo implacável e inclemente, a sociedade apenas mais distante ....

It was not long ago when the bad guys in movies and comics were the reds, 1918 was the year that the western world divided itself in two blocks : a right and left. Like in everything , right was the symbol of correctness , justice , peace and truth, left on the other hand was seen as the representation of wrongness, disequality, injustice , war and lies. We're at the end of the century now and much of this has altered. Today, 1918 is only a historical reference and we don't speak of the Reds with fear , for many evil has been won by good, there is no strong left to battle against only a right that becomes stronger and stronger.

The 1990's has seen many changes , Reds and communists have been substituted by the fear of street gangs, drug addicts, unhappy Aids victims , religious terrorists and waves of punks , skin heads , neo-nazi , hard rock and acid consumers. The 90's are being marked by loneliness and a need to prove oneself in society , sometimes it feels as if people try to say to others :
Look I'm here !
I'm alive, look at me...
but they don't say :
I need you.
I want love.
Please help me..
until it's too late.

What man has the right to take away the right of another man to live ?
What man has the right to take away another man's peace ?
Who has the right to install fear in such a way that even a shadow is frightening?
Have we seen this before?
Yes, not only once. We've seen fear haunt us every time men have been seduced by faceless dictatorships based on naiveness , injustice, when there is too much energy without waste , when hopelessness is fed by inaction, mediocrity and passiveness.

Today , we  turn on the radio and hear hours and hours of exasperating news. We turn the dial for music to hear hard beats with lyrics that tell us how sad and lost someone feels , how life has no meaning and how hardships just make us stall. Generations have to take a stand , fight to create new hope or let itself be swallowed by this gray cloud of fear and sadness.

I have a little 'pink dream' : find a way of putting a sprinkle of hope and a dash of creativity in everyone I meet .

May 2nd. 1995 - Regina Raick

Ontem a noite no Centro de Ciências Humanas fomos confrontados com a violência de armas apontadas a universitários dentro de um ônibus quando iriam parar para descer e assistir suas aulas, o motorista foi rendido e tentaram um sequestro com os oito alunos ali retidos e ameaçados.

Mil perguntas mas nenhuma resposta real apenas conjecturas.

A violência simbólica e efetiva do ocorrido nos leva a pensar na ironia de que há exatamente um ano estávamos todos mobilizados para defender o ensino e resistir aos elementos de ditadura que se desenham cada vez mais óbvios... como conseguimos em meio às circunstâncias clamar por policiamento e ações de represália quando um dos maiores elementos que vivemos é o medo da violência. Ironicamente em nome da segurança a aproximamos de nossas vidas homens armados, cercas elétricas, vídeo vigilância, alarmes  ao ponto de as transformar em elementos de um cotidiano carcerário.
Me pergunto se a violência de ontem não é uma resposta aos anos em que temos estado ali na fronteira com os bairros chamados de periféricos sem realmente nos abrirmos, apenas um ou outro de nós nos aventurando de visitar o bairro em nome da pesquisa? Como é ser tratado como objeto e ser esquecido enquanto ser pensante que deve ter a possibilidade de entrar em uma sala de aula de uma instituição pública e ouvir o que têm a dizer? 
Por mim o lugar mais seguro é o mais aberto e público; o espaço intelectual mais democrático: é o da dialogia.
Por mim buscaríamos entrar nos espaços que nos circundam e aliarmos  nossos esforços para derrubar os medos e não trazer mais medo e repressão a nossa porta. Todos os jovens e trabalhadores a volta do Centro de Ciências Humanas vivem as mesmas ameaças não podemos deixar de perceber que a resolução temporária para os universitários não nos aproxima de uma ação efetiva para a vida a nossa volta.
Esconder por trás de muros, estacionamentos vigiados, não é viver, é dar força a mais ameaças e evidenciar mais e mais as nossas fraquezas e submissões.